Hoje, vejo a graça com um olhar espiritual, vejo a graça agindo em seres que não recebiam ação nenhuma senão aquela referente às suas paixões interiores.
Vejo a graça transformando indivíduos que dantes não tinham forma, mas se adequavam a forma desse mundo para que assim se achassem formados estando ainda informe.
No tocante à liberdade, vejo a graça agindo quase que imperceptivelmente no âmago do ser afetado, mesmo que inúmeras tentativas de acorrentá-lo tenham sido frustradas, sendo que não o impediam de se lançar ao fogo numa tentativa de achar aconchego para a alma, não sabendo ele que só lhe traria frieza, no entanto no manifestar da graça não há correntes que o segure na ânsia de percorrer o caminho.
Na graça não há espaço para legalismos, manipulações, barganhas, posto que na graça a lei que impera é a “lei da liberdade”, não sendo pressuposto para a libertinagem ser praticada pelo caminhante.
Viver a graça é se deixar levar pelo vento do Espírito. Mesmo quando ele não pareça estar soprando, sempre a sua voz pode ser ouvida por todos quantos se puserem no caminho.
Na graça vivemos o Amor com Amor, não por simples obrigações.
Na graça o filho pródigo nunca deixou de ser filho, mesmo estando fora dos aposentos do pai está no coração do mesmo, ainda que esteja “fora de si” o pai o espera até que ele venha cair novamente “em si”, e quando este dia chegar o pai o avistará ao longe.
Nele, em quem habita a plenitude da Graça,
Wallison Muniz